quinta-feira, 14 de novembro de 2013

DNA de Neandertais em 'Homo sapiens' veio do mesmo ancestral e não de cruzamento

Teoria de que grupos de hominídeos acasalaram em algum momento da evolução humana é derrubada por pesquisadores britânicos

Garota observa réplica do crânio de homem Neandertal exposto em museu da Croácia

A teoria de que os Homo sapiens e os Neandertais acasalaram em algum momento da evolução humana – processo conhecido como hibridização – acaba de ser colocada em xeque por um grupo de pesquisadores do Reino Unido.
A tese da hibridização ganhou força após os cientistas descobrirem que a população da Eurásia e dos Neandertais continham de 1% a 4% de similaridade genética, o que comprovaria a hibridização em algum ponto da evolução humana. 
Agora, em um artigo publicado no periódico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), pesquisadores da Universidade de Cambridge argumentam que a hipótese mais provável para explicar esse compartilhamento de DNAs é que os Neandertais e os Homo sapiens tiveram o mesmo ancestral – e não que passaram por hibridização.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores refizeram a linha evolutiva do homem moderno. Por simulações de recombinações genéticas, concluíram que é muito mais provável que a taxa de similaridade nos DNAs sejam consequência de uma mesma ancestralidade do que do cruzamento entre as espécies.
Linha evolutiva – Neandertais e Homo sapiens já tiveram um mesmo ancestral que, acredita-se, migrou da África para a Europa há meio milhão de anos. Mas, como atualmente há populações muito diversas na Europa, acredita-se que os descendentes daquele ancestral comum não se misturaram completamente pelo continente, mas entre grupos mais próximos. 
Entre 350 mil a 300 mil anos atrás, a linha evolutiva dessas populações se separou. O “nicho” europeu evoluiu para os Neandertais e o “nicho” africano evoluiu para o Homo sapiens. A partir desta base, os cientistas criaram um modelo para determinar como as semelhanças genéticas entre os Neandertais e os Homo sapiens, atribuídas anteriormente à hibridização, poderiam ser explicadas.
De acordo com a líder da pesquisa, Andrea Manica, o trabalho mostra que os padrões encontrados no genoma dos grupos não são excepcionais. “Eles estão em linha com o que esperávamos ver sem hibridação. É difícil afirmar categoricamente que nunca houve hibridização, mas se ocorreu, foi um fato mínimo, muito menor do que se disse até agora.”

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