terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pesquisa identifica como cérebro seleciona as imagens que queremos ver

Neurocientistas observaram como as regiões cerebrais se comunicam para determinar a que devemos dar atenção e o que devemos ignorar

Áreas do cérebro que recebem informações sensoriais

Uma pesquisa americana, conduzida por neurocientistas da universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia,  conseguiu identificar de que maneira as diferentes regiões cerebrais se comunicam para determinar a que devemos dar atenção e o que devemos ignorar.
Os pesquisadores utilizaram diferentes técnicas de escaneamento cerebral para observar exatamente como o lobo occipital, região que processa a visão, e o lobo parietal, que lida com os sentidos corporal e espacial, trocam informações entre si. A comunicação entre essas duas áreas cerebrais é o que nos permite, por exemplo, selecionar visualmente um certo objeto em uma estante cheia de elementos.
"É impressionante pensar que existe um sistema inteiro trabalhando para descobrir apenas aquilo a que se deve prestar atenção", diz Marlene Behrmann, professora de psicologia da Carnegie Mellon.

Cooperação cerebral — Para realizar a pesquisa, o grupo de cientistas conduziu duas etapas de experimentos com cinco adultos. Em uma das tarefas, os participantes deviam olhar para um determinado ponto no centro de uma tela, enquanto seis outras marcas 'dançavam' em redor do alvo. Em seguida, os voluntários deveriam focar a visão em cada uma das marcas 'dançantes', uma de cada vez. Assim, por meio de escaneamento cerebral, foi possível identificar as regiões responsáveis pela visão e pela atenção e, consequentemente, observar a conectividade entre essas regiões.

A segunda parte do experimento coletou dados anatômicos da substância branca do cérebro — área responsável por transmitir sinais de uma região à outra — enquanto os voluntários tinham seus cérebros escaneados sem realizar nenhuma atividade. Ao comparar estes resultados com os primeiros, os pesquisadores puderam observar a maneira de se comunicar das regiões responsáveis pelo processamento visual e pela atenção.

De acordo com os autores, as observações finais da pesquisa, publicadas nesta terça-feira noJournal of Neuroscience, podem auxiliar especialistas na realização de futuros estudos sobre transtornos como os de déficit de visão e de atenção.

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